A população prisional brasileira já é a terceira maior do mundo. Só perde para EUA e China, ocupando assim a terceira posição com mais de 726 mil presos. Destes, 75% sequer chegou ao ensino médio - dados do governo, porque quem conhece de perto, sabe que a realidade é que sequer concluíram o ensino fundamental - e praticamente 90% nunca teve o hábito da leitura ou mesmo pegou em um livro para ler. Num país em que as Bibliotecas Prisionais são previstas em Lei (LEP 7.210/1984) e que sequer fazem parte da realidade do sistema penal, ainda tomadas como mero assistencialismo, almejar que a “remição de pena por meio da leitura” seja uma medida eficaz e educativa para remir a pena dos apenados é no mínimo ingênuo e, acima de tudo, excludente. Sim, de uma exclusão de grandes proporções. Afinal, quais são as condições de um individuo que nunca foi apresentado aos livros, que mal sabe ler e escrever, sem sequer entender o que significa ser uma “resenha” e exigir dele a compilação critica de uma obra do Tolstói (um dos autores disponíveis aos presos para ler a obra e resenhar)?
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Presídio Aníbal Bruno Fonte: Luiz Silveira/Agência CNJ |
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Ex-senador Luiz Estevão, preso na Papuda, fazendo sua leitura na prisão. Fonte: http://www.jornalregional.com.br |
Catia Lindemann
Presidente da Comissão Brasileira de Bibliotecas Prisionais - CBBP
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