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15 de out. de 2015

Quando Universitários Prisioneiros Derrotaram Universitários de Harvard em Campeonato de Debates nos EUA

Carl Snyder, presidiário durante o debate.
Prisão de Segurança Máxima, Napanoch (Estados Unidos, Nova Iorque) – No palco do anfiteatro é promovido um debate entre três detentos (condenados há vários anos de prisão) e três Universitários de uma das instituições de ensino mais conceituada do mundo: Harvard. Após uma hora de amplo confronto discursivo, os juízes decretam o veredito: Os presos ganharam.

A plateia, compostas por outros apenados, aplaudiu em pé... Não acreditam que aquilo fosse possível. Mas foi!!!

O debate foi promovido pelo programa chamado Iniciativa Prison Bard, responsável por inserir os presos na Universidade desde 2001, com índice de menos de 2% dentro da reincidência ao crime por parte alunos-apenados. 

Os presos foram instruídos a fazer o argumento de que “As escolas públicas nos Estados-Membros devem ter a possibilidade de recusar a matrícula de estudantes sem documentos.” E assim o fizeram, com sucesso, pelo raciocínio que estudantes excluídos do sistema escolar público seriam mais bem servidos por escolas particulares. Crianças em situação irregular não são devidamente ensinadas nas escolas públicas, que se tornam “fábricas de abandono”.

Universitários de Harvard
Os alunos de Harvard não responderam a todas as questões e tão pouco conseguiram confrontar os contextos levantados pelos presos. Segundo eles, os presos os pegaram desprevenidos, pois não contavam com a preparação dos prisioneiros no que tange a assuntos sobre Cultura e principalmente Educação, pois não esperavam tantas linhas de raciocínio e argumentos tão bem articulados. Mas intenção do debate era justamente fazer um embate, em nível universitário, dos presos com os melhores alunos de Harvard, que até então jamais haviam perdido em outra conferência discursiva.

Da esquerda, presidiários Carl Snyder, Dyjuan Tatro e Carlos Polanco depois de vencer o debate.
FOTO: PETER FOLEY PARA THE WALL STREET JOURNAL
DETALHE: Os presos não tem acesso a Internet e somente lhes são oferecidos livros e artigos, que chega demorar semanas até estarem disponíveis, pois a instituição não conta com a presença de uma Biblioteca e sim apenas uma sala de leitura.

Ms. Nugent, uma das três juízas, disse que pode até parecer tentadora a ideia de favorecer a equipe de prisioneiros, mas eles precisam justificar os seus votos um ao outro, com base em regras e normas específicas. Segundo ela: “A capacidade acadêmica dos presos é impressionante”.

Infelizmente, esta vitória tão importante dos presos chamou mais atenção pela curiosidade do que mesmo pela bandeira da Educação no Cárcere. De acordo com Alex Hall, (31 anos, preso por homicídio), a intenção deles era atrair inspirar outros presos a estudar, mostrando o quanto a Educação é capaz de mudar suas vidas e para isso contavam com o apoio da Sociedade. No entanto, para o senso comum, o foco mais atrativo era saber que “tipo de crime cometeram os presos que ganharam dos estudantes de Harvard”. 

Lembrando sempre que: “Não há outra solução no combate da criminalidade senão os caminhos da Educação”.

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