Você está aqui

Edson Nery da Fonseca - O eterno Mestre

"Eu não tenho sequer pós-graduação, não tenho mestrado, doutorado, tenho apenas um bacharelado em uma ciência que ninguém leva a sério chamada Biblioteconomia."

Biblioteconomia Social

"A interação entre a técnica e o social me fez conceber o que intitulo de Biblioteconomia Social..."

Shiyali Ramamrita Ranganathan

"A informação necessita encontrar todos os leitores e todos os leitores devem encontrar as informações."

Jean Piaget

"O ser humano é ativo na construção de seu conhecimento e não uma massa 'disforme' a ser moldada pelo professor."

Michel Foucault

"A prisão do jeito que é hoje, é inócua porque “se eu traí meu País, sou preso; se matei meu pai, sou preso; todos os delitos imagináveis são punidos de maneira mais uniforme. Tenho a impressão de ver um médico que, para todas as doenças, tem o mesmo remédio. E um remédio que não cura!”.

5 de set. de 2016

Golpe de 1964 e a Ditadura Militar - 66 Obras Grátis para Download

Vivemos, infelizmente, um momento histórico que remonta lembranças às quais é inevitável não comparar com o que houve lá trás. Em virtude dos últimos acontecimentos, muito se fala sobre 1964 e não há como negar as similaridades. Contudo, nem todos conhecem – embora devessem, os acontecimentos daquele período que manchou de sangue e lágrimas a história de nosso país. Estaríamos retrocedendo e voltando a repetir o passado?

De acordo com os livros de História


1964: No começo da década de 1960, o país atravessava uma profunda agitação política. Depois da renúncia do presidente Jânio Quadros (PTN), em 1961, assumiu seu vice, João Goulart (PTB), conhecido como Jango, um homem que defendeu medidas consideradas de esquerda para a então política brasileira. Faziam parte de seus planos as reformas de base, que pretendiam reduzir as desigualdades sociais brasileiras. Entre estas, estavam as reformas bancária (para ampliar crédito aos produtores), eleitoral (ampliar o voto aos analfabetos e militares de baixas patentes), educacional (valorizar os professores, oferecer ensino para os analfabetos e acabar com as cátedras vitalícias nas universidades) e agrária (democratizar o uso das terras). O perfil de Jango logo preocupou as elites, que temiam uma alteração social que ameaçasse seu poder econômico. Entre as medidas adotadas para enfraquecer o então presidente está a adoção do parlamentarismo, que, em 1961 e 1962, atribuiu funções do Executivo ao Congresso, dominado na época por representantes das elites. O regime presidencialista foi restabelecido em 1963 após um plebiscito. A crise econômica e a instabilidade política se propagavam no país. Jango propôs, então, reformas constitucionais que aceleraram a reação das elites, criando as condições para o golpe de 64. Com as reformas, ele pretendia controlar a remessa de dinheiro para o exterior, dar canais de comunicação aos estudantes e permitir que os analfabetos, maioria da população, votassem. O estopim para o golpe militar aconteceu em março de 1964, quando Jango, após um discurso inflamado no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo. Imediatamente, a elite reagiu: o clero conservador, a imprensa, o empresariado e a direita em geral organizaram, em São Paulo, a "Marcha da Família Com Deus pela Liberdade", que reuniu cerca de 500 mil pessoas. O repúdio às tentativas de reforma à Constituição Brasileira e a defesa dos princípios, garantias e prerrogativas democráticas constituíram a tônica de todos os discursos e mensagens. Em 31 de março daquele ano, os militares iniciam a tomada do poder e a deposição de Jango. No dia 2 de abril, o presidente João Goulart partiu de Brasília para Porto Alegre e Ranieri Mazilli (PSD) assumiu a presidência interinamente. Dois dias depois, João Goulart se exilou no Uruguai. Em 09 de abril, foi editado o AI-1 (Ato Institucional número 1), decreto militar que depôs o presidente e iniciou as cassações dos mandatos políticos. No mesmo mês, o marechal Castello Branco (Arena) foi empossado presidente com um mandato até 24 de janeiro de 1967.

Na visão do Cientista Social Roniel Sampaio


2016: Em 2016 a História parece se repetir como farsa. A mesma instabilidade social e política são criadas para que o Legislativo aprove retrocessos. A grande mídia tem centrado fogo em um grupo político e incitando o judiciário e a Polícia Federal a atacar um grupo político e poupar outros. Cunha, Aécio e Calheiros estão sendo poupados flagrantemente, mesmo havendo provas contra eles. A obstinação em centrar fogo em um único grupo político é tamanha que a Constituição está sendo desrespeitada: Grampos ilegais, falsificação de documentos, atropelamento de competência e abuso de poder. Vale a pena abrir mão da ordem constitucional para tirar um partido do poder? Não é possível concluir, até o momento, que Lula cometeu crime. Essa é a conclusão do próprio Juiz Sérgio Moro quem até o momento diz não haver nenhuma prova contra o ex-presidente. É importante nos atentarmos que não dá pra afirmar se alguém é culpado ou inocente até que se encerrem as investigações. A estratégia da operação Lava-Jato é concentrar a investigação em um partido político e, em especial, em dois nomes. O Partido: PT. Os nomes: Lula e Dilma. Os objetivos parecem cada vez mais claros: não é combater a corrupção e sim aos dois. Se assim não fosse, todos seriam indiciados conforme a força das provas contra eles. Aécio, Cunha e Calheiros possivelmente já estariam presos.   Os objetivos de centrar fogo em dois nomes são bem claros: Cassar Dilma e evitar a eleição de Lula.  
É difícil negar que há uma seletividade orientada por um interesse político partidário. Como consequência disso, temos um executivo atônito que aprova os retrocessos numa tentativa de sobreviver, nada mais consegue fazer além de preservar sua própria manutenção em uma corda bamba, seriamente ameaçada, como em 1961. Não importa quem vença se oposição ou situação. O que não podemos perder é a ordem constitucional. Não vale a pena abrir mão da Constituição para tirar um ou outro partido do poder, principalmente quando essa transgressão é encabeçada por setores como FIESP e setores midiáticos os quais foram os mesmos que encabeçaram a quebra da ordem constitucional em 1961.


Na dúvida, leia mais sobre o assunto... Faça analogias, tire suas próprias conclusões, ai sim você terá parâmetros suficientes para de fato debater sobre o assunto. Não se permita manipular diante do sensacionalismo infundado das Redes Sociais, não seja um propagador de inverdades ou mesmo um espectador diante do triste cenário que se instaurou em nosso país. Acesse esse link e baixe gratuitamente várias obras sobre 1964 e entenda a história que envergonhou o Brasil e os Brasileiros.

Roniel Sampaio - Graduado em Ciências Sociais pela UFPI, mestre em Educação pela UNIR e Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí.