Vivemos, infelizmente, um momento histórico que remonta lembranças às
quais é inevitável não comparar com o que houve lá trás. Em virtude dos últimos
acontecimentos, muito se fala sobre 1964 e não há como negar as similaridades. Contudo,
nem todos conhecem – embora devessem, os acontecimentos daquele período que
manchou de sangue e lágrimas a história de nosso país. Estaríamos retrocedendo
e voltando a repetir o passado?
De acordo com os livros de História
1964: No começo da década de 1960, o país atravessava uma profunda
agitação política. Depois da renúncia do presidente Jânio
Quadros (PTN), em 1961, assumiu seu vice, João Goulart (PTB),
conhecido como Jango, um homem que defendeu medidas
consideradas de esquerda para a então política brasileira. Faziam parte de seus planos as reformas de base, que pretendiam
reduzir as desigualdades sociais brasileiras. Entre estas, estavam as reformas
bancária (para ampliar crédito aos produtores), eleitoral (ampliar o voto aos
analfabetos e militares de baixas patentes), educacional (valorizar os
professores, oferecer ensino para os analfabetos e acabar com as cátedras
vitalícias nas universidades) e agrária (democratizar o uso das terras). O
perfil de Jango logo preocupou as elites, que temiam uma alteração social que
ameaçasse seu poder econômico. Entre as medidas adotadas para enfraquecer o
então presidente está a adoção do parlamentarismo, que, em 1961 e 1962,
atribuiu funções do Executivo ao Congresso, dominado na época por
representantes das elites. O regime presidencialista foi restabelecido em 1963
após um plebiscito. A crise econômica e a instabilidade política se propagavam
no país. Jango propôs, então,
reformas constitucionais que aceleraram a reação das elites, criando as
condições para o golpe de 64. Com as reformas, ele
pretendia controlar a remessa de dinheiro para o exterior, dar canais de
comunicação aos estudantes e permitir que os analfabetos, maioria da população,
votassem. O estopim para o golpe militar aconteceu em março de
1964, quando Jango, após um discurso inflamado no Rio de Janeiro, determinou a
reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo. Imediatamente,
a elite reagiu: o clero conservador, a imprensa, o empresariado e a direita em
geral organizaram, em São Paulo, a "Marcha da Família Com Deus pela Liberdade", que reuniu cerca de 500 mil pessoas. O repúdio às tentativas
de reforma à Constituição Brasileira e a defesa dos princípios, garantias e
prerrogativas democráticas constituíram a tônica de todos os discursos e
mensagens. Em 31 de março daquele ano, os militares iniciam a tomada do poder e
a deposição de Jango. No dia 2 de abril, o presidente João Goulart partiu de
Brasília para Porto Alegre e Ranieri Mazilli (PSD) assumiu a presidência interinamente. Dois dias depois,
João Goulart se exilou no Uruguai. Em 09 de abril, foi editado o AI-1 (Ato Institucional número 1), decreto
militar que depôs o presidente e iniciou as cassações dos mandatos políticos.
No mesmo mês, o marechal Castello Branco (Arena) foi empossado presidente com um mandato até 24 de janeiro
de 1967.
Na visão do Cientista Social Roniel Sampaio
2016: Em 2016 a História parece se
repetir como farsa. A mesma instabilidade social e política são criadas para que o Legislativo aprove retrocessos. A grande mídia tem centrado fogo em um grupo político e incitando
o judiciário e a Polícia Federal a atacar um grupo político e poupar outros.
Cunha, Aécio e Calheiros estão sendo poupados flagrantemente, mesmo havendo
provas contra eles. A obstinação em centrar fogo em um único grupo político é
tamanha que a Constituição está sendo desrespeitada: Grampos ilegais,
falsificação de documentos, atropelamento de competência e abuso de poder. Vale
a pena abrir mão da ordem constitucional para tirar um partido do poder? Não é
possível concluir, até o momento, que Lula cometeu crime.
Essa é a conclusão do próprio Juiz Sérgio Moro quem até o momento diz não haver
nenhuma prova contra o ex-presidente. É importante nos atentarmos que não dá
pra afirmar se alguém é culpado ou inocente até que se encerrem as investigações.
A estratégia da operação Lava-Jato é concentrar a investigação em um partido político e, em especial, em dois nomes. O Partido: PT. Os nomes: Lula e Dilma. Os objetivos parecem cada vez mais claros: não é combater a corrupção e sim aos dois. Se assim não fosse, todos seriam indiciados conforme a força das provas contra eles. Aécio, Cunha e Calheiros possivelmente já estariam presos. Os
objetivos de centrar fogo em dois nomes são bem claros: Cassar Dilma e evitar a eleição de Lula.
É difícil negar que há uma seletividade
orientada por um interesse político partidário. Como
consequência disso, temos um executivo atônito que aprova os retrocessos numa tentativa de sobreviver, nada mais consegue fazer além de preservar sua própria manutenção em uma corda bamba, seriamente ameaçada, como em 1961. Não importa quem vença se oposição ou situação. O que
não podemos perder é a ordem constitucional. Não vale a pena abrir mão da
Constituição para tirar um ou outro partido do poder, principalmente quando
essa transgressão é encabeçada por setores como FIESP e setores midiáticos os
quais foram os mesmos que encabeçaram a quebra da ordem constitucional em 1961.
Na dúvida, leia mais sobre o
assunto... Faça analogias, tire suas próprias conclusões, ai sim você terá parâmetros
suficientes para de fato debater sobre o assunto. Não se permita manipular
diante do sensacionalismo infundado das Redes Sociais, não seja um propagador
de inverdades ou mesmo um espectador diante do triste cenário que se instaurou
em nosso país. Acesse esse link e baixe gratuitamente várias obras sobre 1964 e
entenda a história que envergonhou o Brasil e os Brasileiros.
Roniel Sampaio - Graduado em Ciências Sociais pela UFPI, mestre em Educação pela UNIR e Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí.
1 comentários:
Bom dia, vocês poderiam repostar essas obras para download, eu havia baixado e salvo as mesmas para minhas pasta pessoal do Google Drive, mas aparentemente não sei como foi deletado indevidamente sem minha consulta, grato.
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