Sim,
não há outro caminho no combate a criminalidade senão a Educação. Prova de que
isso é possível está ai, nas palavras de Kelle Silva Barbosa, reeducanda da
Unidade Prisional Feminina de Palmas (UPF Palmas), de 24 anos, que realizou a
formatura do ensino médio, na manhã desta quinta-feira, 15, na extensão da
Escola Estadual do Setor Sul, localizada dentro da unidade:
“Estou surpresa e realizada, porque parei de estudar com 12 anos e, até então, não tinha mais estudado. Após ter sido presa, retornei para a escola e conclui os estudos”.
E
ela ainda quer mais, seu grande sonho é fazer diferente: entrar na faculdade,
sair da unidade prisional e voltar para o seio familiar. “Eu espero que a minha história sirva de exemplo para muitas pessoas lá
fora. Atualmente, a educação anda muito difícil, muitas pessoas não conseguem o
que eu consigo e o que consegui dentro do sistema prisional”, ressaltou.
Kelle
fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos dias 6 e 7 de dezembro
e espera ter tirado uma boa nota para ingressar em uma faculdade. Ela concluiu
o ensino médio e terá que parar de estudar, porém gostaria muito que a
Secretaria de Estado da Cidadania e da Justiça – SEJICU, pudesse lhe colocar em
um programa voluntário para ajudar na alfabetização das reeducandas da UPF, na
intenção de que elas continuassem frequentando a escola.
Segundo
Zila Parra, diretora de extensão da Escola Estadual do Setor Sul da UPF, a
formatura de Kelle Silva Barbosa é a realização de um sonho. “Essa formatura
representa um marco dentro da UPF, um acontecimento que, muitos, lá fora, não
conseguem e ela pode ter essa oportunidade e muitas ainda terão, comemorou”.
Maria
Soares Maione, diretora da unidade, considera a educação muito importante
dentro da unidade. “Cada pessoa que se
forma, transforma-se em uma pessoa melhor. Tenho certeza de que com cada uma
estudando e se profissionalizando com os cursos que oferecemos, aqui na
unidade, elas sairão pessoas melhores e com grande comprometimento social”,
ressaltou a diretora.
Em
2016, ao todo, 38 reeducandas foram matriculadas na unidade, sendo 18 para
cursar o ensino médio e fundamental e 18 transferidas para as unidades de semiliberdade
do Estado ao longo do ano. Outras 16 reeducandas concluíram os estudos com
êxito.
Exemplos
de que a Educação prisional altera rotinas e aponta novos caminhos nós temos,
basta ampliar, tornar isso uma meta dentro do sistema prisional. Não é
assistencialismo ou benevolência, mas um direito previsto por lei. O cárcere não consiste apenas em tirar o individuo transgressor de leis das ruas e trancafiá-lo
na rotina intramuros das prisões, mas sim reeducá-lo, tal como vem sendo feito
no Tocantins. Ora, sabemos que no Brasil não existe pena perpétua, uma hora os
apenados cumprem o débito para com a justiça e saem. A pergunta que nós,
enquanto sociedade devemos fazer é: Como desejamos que estas pessoas saiam do
cárcere e voltem ao convívio com a sociedade extramuros?
Fonte: Governo do Tocantins
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