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15 de dez. de 2016

Unidade Prisional Feminina de Palmas – TO, realiza formatura de aluna

Sim, não há outro caminho no combate a criminalidade senão a Educação. Prova de que isso é possível está ai, nas palavras de Kelle Silva Barbosa, reeducanda da Unidade Prisional Feminina de Palmas (UPF Palmas), de 24 anos, que realizou a formatura do ensino médio, na manhã desta quinta-feira, 15, na extensão da Escola Estadual do Setor Sul, localizada dentro da unidade:

“Estou surpresa e realizada, porque parei de estudar com 12 anos e, até então, não tinha mais estudado. Após ter sido presa, retornei para a escola e conclui os estudos”.

E ela ainda quer mais, seu grande sonho é fazer diferente: entrar na faculdade, sair da unidade prisional e voltar para o seio familiar. “Eu espero que a minha história sirva de exemplo para muitas pessoas lá fora. Atualmente, a educação anda muito difícil, muitas pessoas não conseguem o que eu consigo e o que consegui dentro do sistema prisional”, ressaltou.

Kelle fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos dias 6 e 7 de dezembro e espera ter tirado uma boa nota para ingressar em uma faculdade. Ela concluiu o ensino médio e terá que parar de estudar, porém gostaria muito que a Secretaria de Estado da Cidadania e da Justiça – SEJICU, pudesse lhe colocar em um programa voluntário para ajudar na alfabetização das reeducandas da UPF, na intenção de que elas continuassem frequentando a escola.

Segundo Zila Parra, diretora de extensão da Escola Estadual do Setor Sul da UPF, a formatura de Kelle Silva Barbosa é a realização de um sonho. “Essa formatura representa um marco dentro da UPF, um acontecimento que, muitos, lá fora, não conseguem e ela pode ter essa oportunidade e muitas ainda terão, comemorou”.

Maria Soares Maione, diretora da unidade, considera a educação muito importante dentro da unidade. “Cada pessoa que se forma, transforma-se em uma pessoa melhor. Tenho certeza de que com cada uma estudando e se profissionalizando com os cursos que oferecemos, aqui na unidade, elas sairão pessoas melhores e com grande comprometimento social”, ressaltou a diretora.

Em 2016, ao todo, 38 reeducandas foram matriculadas na unidade, sendo 18 para cursar o ensino médio e fundamental e 18 transferidas para as unidades de semiliberdade do Estado ao longo do ano. Outras 16 reeducandas concluíram os estudos com êxito.


Exemplos de que a Educação prisional altera rotinas e aponta novos caminhos nós temos, basta ampliar, tornar isso uma meta dentro do sistema prisional. Não é assistencialismo ou benevolência, mas um direito previsto por lei. O cárcere não consiste apenas em tirar o individuo transgressor de leis das ruas e trancafiá-lo na rotina intramuros das prisões, mas sim reeducá-lo, tal como vem sendo feito no Tocantins. Ora, sabemos que no Brasil não existe pena perpétua, uma hora os apenados cumprem o débito para com a justiça e saem. A pergunta que nós, enquanto sociedade devemos fazer é: Como desejamos que estas pessoas saiam do cárcere e voltem ao convívio com a sociedade extramuros?

Fonte: Governo do Tocantins  

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