Já publicamos outras matérias sobre ele, aqui mesmo neste espaço. Para quem deseja conferir ou saber mais sobre o Itamar, clique aqui:
É incrível como a imagem de um tangue de guerra, que serve para matar, não desonra ninguém. Mas se este "simbolo do exército brasileiro" tiver suas cores alteradas, dentro de uma iniciativa que visa justamente contrapor a guerra e paz, aí a paz dá lugar apenas para a guerra, ainda que na forma de criticas e até censura. Será que nossos "feitos militares" estão sob o crivo das cores? O tangue de guerra, que foi metade grafitado, permanecendo o outro lado original, justamente para buscar um contraponto de reflexão, estava tomado pela ferrugem, dentro da praça da cidade. Compreende-se, então, que nossa honra pode cair aos pedaços, enferrujar, mas jamais ser revitalizada sob forma de arte, pois neste caso, fere os "feitos" nacionais.
Itamar ressalta:
"Tenho uma grande satisfação em ver a alegria das pessoas ao ver como esta ficando o tanque, tiram fotos e dizem ser a coisa mais linda. O que antes representava guerra, hoje está se tornando um símbolo de paz. Ao redor do tanque teremos em breve um mural representando essa paz. Desejo que essa paz seja com todos, que o príncipe da paz seja com todos."
Muitas foram as realizações de Itamar! Este ano, por exemplo, lá no início de 2018, em fevereiro, foi pego de surpresa em uma de suas aulas na E.M (Escola Municipal) Dr. João Franco de Godoy, o Navio, quando com a
visita do apresentador Luciano Huck e sua equipe do "Caldeirão do Huck" (Rede Globo), que ainda trouxe até ele de presente uma de suas maiores referências na arte de grafitar, o renomado Eduardo Kobra. Logo depois ele reproduziu com seus alunos a maior imagem (24 m por 25 m), feita a partir de lixo eletrônico (disquetes, televisores, computadores, roteadores, carregadores, etc) batendo o recorde brasileiro, entrando para o RankBrasil.
Esta semana foi certificado como semifinalista com o projeto “Lixo que fala” no 19º Prêmio Arte na Escola Cidadã, pelo Instituto Arte na Escola, motivo de orgulho para o professor, visto que, ele o entende como o maior prêmio nacional de ensino de artes. “Ano que vem tento novamente [risos]”, expõe o educador artista que colore e alegra com seu dom de grafitar os mais variados ambientes, de velhas pilastras, a troncos de árvores, bancos de praças, muros de escolas, paredes de instituições privadas ou particulares dando-lhes nova cara, vida e luz!
Quem passar pela escola Clotilde Veiga de Barros, poderá ver a beleza, a sensibilidade desse professor artista. Ela foi recentemente contemplada com um lindo mural que recebeu o título “Libere a Criança que existe em Você” onde ele retratou desenhos animados das décadas de 70, 80 e 90. Impossível não sentir aquele saudosismo no coração!
No mês passado mais uma vez criou com seus alunos o maior mosaico com 200 mil tampinhas plásticas (pets) do Brasil, medindo 8 x 20 metros.
“No parque ecológico Cidade da Criança já temos uma nova atração, um tanque de guerra grafitado por mim. E atrás dele, desenharei um mural com 5 metros de altura e 10 de largura, formando um cenário ao redor do tanque representando a ‘guerra e a paz’. Essa obra cela esse ano tão incrível para o meu trabalho . As tintas foram doadas e a mão de obra é voluntária como 90% do que faço", acentua o artista.
Quem faz, “acontece”
Na verdade, os últimos anos têm sido assim para o professor artista. Conforme ele, de total êxito profissional. "Acho que tudo se dá pelo fato de eu viver nessa dinâmica de novidades, sempre pensando em fazer algo novo. Sem contar que trabalho duro, faço o que é necessário para ver as coisas acontecerem. Ponho a mão na massa, literalmente. Outro dia, enchi o carro com lixo eletrônico que encontrei jogado em uma calçada, para usar em minhas obras”, destaca o professor.
Itamar comenta que se não consegue doações gasta do próprio bolso, para fazer acontecer, pois o mais importante é que ele acredita no que faz. “Como foi dito no programa do Huck, você só poderá fazer o impossível se acreditar que é possível. Lembro que quando tiver a ideia de criar uma biblioteca comunitária ouvi pessoas criticando e dizendo que hoje ninguém mais lê. A biblioteca foi criada e fez o maior sucesso, pela primeira vez na vida vi uma matéria publicada no jornal ‘O Imparcial’, em 2011!”, lembra orgulhoso o professor idealizador do projeto Leitura Campeã, que mantém as dezenas de Geladeirotecas (geladeiras velhas estilizadas, grafitadas por ele mesmo e seus alunos) espalhadas por toda a cidade.
Desde então ele não parou mais e acredita que com o tempo de uma boa plantação, a colheita de bons frutos é sempre esperada. “O Augusto Cury em seu livro ‘Nunca desista de seus sonhos’, diz que quando seu sonho envolve o bem de outras pessoas ele sempre se realiza. Levei isso a sério e busco sonhar com coisas que atinjam de forma positiva as pessoas ao meu redor!”, exclama Itamar.
Transformação de vida
Vale sempre retomar. Quem não conhece, vale a pena buscar o primeiro livro intitulado “A Verdade que Liberta”, onde em 15 capítulos distribuídos em 142 páginas, Itamar relata a extrema exclusão social e o abandono que sofreu em sua vida. Ele chegou ao fundo do poço, foi parar no cárcere, mas, graças a Deus, por meio do cristianismo, da solidariedade e de seu empenho nos estudos mudou a sua vida e vem mudando a de muitos pessoas, crianças, adolescentes, jovens e adultos também, com seus projetos.
Como já mencionado, Itamar é pedagogo, psicopedagogo, arte-educador, gestor de projetos e mobilizador social pela educação. Criador do projeto Leitura Campeã, desde 2011, incentiva e fomenta a leitura na cidade e região, com inúmeras ações. Os pontos de leitura estão em UBS (Unidades Básicas de Saúde), em ONG’s (organização não governamental) além das Geladeirotecas utilizadas como uma estante/armário para livros; escolas e praças.
“Um Poema Em Cada Esquina”, é mais um de seus projetos. Nele, fixa plaquinhas de madeira, com trechos de poemas de autores de renome e versículos bíblicos, em praças e algumas esquinas da cidade.
Mas, infelizmente, para o comando do exército de Presidente Prudente, "cor define honra".