Edson Nery da Fonseca - O eterno Mestre
"Eu não tenho sequer pós-graduação, não tenho mestrado, doutorado, tenho apenas um bacharelado em uma ciência que ninguém leva a sério chamada Biblioteconomia."
Biblioteconomia Social
"A interação entre a técnica e o social me fez conceber o que intitulo de Biblioteconomia Social..."
Shiyali Ramamrita Ranganathan
"A informação necessita encontrar todos os leitores e todos os leitores devem encontrar as informações."
Jean Piaget
"O ser humano é ativo na construção de seu conhecimento e não uma massa 'disforme' a ser moldada pelo professor."
Michel Foucault
"A prisão do jeito que é hoje, é inócua porque “se eu traí meu País, sou preso; se matei meu pai, sou preso; todos os delitos imagináveis são punidos de maneira mais uniforme. Tenho a impressão de ver um médico que, para todas as doenças, tem o mesmo remédio. E um remédio que não cura!”.
16 de dez. de 2017
Biblioteca Prisional é inaugurada em Cajazeiras - PB
4 de dez. de 2017
Desabafo do familiar de um preso sobre o "Bandido Bom é Bandido Morto"
Os deixo com o desabafo de um familiar de preso do Estado do Rio de Janeiro, que por uma questão de ética, não será citado o nome. Palavras contextualizadas na integra por quem conhece e convive com a situação prisional na condição direta de família de apenado.
27 de nov. de 2017
Educação No Cárcere: apenada vence concurso de redação no Piauí
“Me senti desafiada, porque achava que não conseguiria escrever uma redação com esse tema”,
“Quase não acreditei no resultado. Foi muito desafiador fazer uma redação com esse tema, porque, se eu estivesse lá fora, não saberia como escrever. E, aqui no presídio, eu tive a responsabilidade de escrever sobre o que eu e minhas colegas de cela passam e precisam”. - Fernanda Lima - apenada.
Na Penitenciária Feminina, Fernanda Lima participa do programa Mulheres Mil – desenvolvido pelas secretarias de Estado da Educação e de Justiça e que visa à capacitação profissional de detentas – e está no preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Quero fazer Enfermagem”, conta.
Na visão da secretária de Educação, Rejane Dias, o Piauí vive um processo de valorização das mulheres e que “o esforço do Governo do Estado é qualificar as reeducandas do sistema prisional, com cursos profissionalizantes, educação básica e dando suporte para que ingressem no ensino superior”. O secretário de Justiça, Daniel Oliveira, observa que os investimentos em educação no sistema prisional têm proporcionado resultados relevantes. De acordo com a Secretaria de Justiça, pelo menos 36% de detentos estudam, hoje, nos presídios, e houve um crescimento de 292% no número de presos estudando, nos últimos três anos.
“Acreditamos que a educação é capaz de mudar a realidade dessas pessoas, afastando-as da criminalidade e colocando-as no caminho da cidadania. Portanto, nosso intuito é oferecer oportunidades de ensino, trabalho e assegurar direitos, para que elas possam, de fato, mudar de vida”. Daniel Oliveira - Secretário de Justiça
7 de nov. de 2017
Depoimento: A rotina de um bibliotecário prisional americano
Andrew Hart, Bibliotecário |
23 de out. de 2017
Ex-presidiário ministra palestra ao lado de professor universitário no maior e mais importante congresso da área de Biblioteconomia
Itamar Xavier de Camargo |
Professor Jonathas Carvalho |
“Mais do que uma ampliação de mercado, o reconhecimento da atuação pedagógica da Biblioteconomia em presídios é uma expressão altiva e ativa do trabalho social da área do conhecimento em questão”.
Leia na íntegra um artigo completo do professor sobre o tema.
Jonathas encerra sua palestra chamando a academia de Biblioteconomia para o engajamento desta pauta, ressaltando que as Bibliotecas Prisionais são tão bibliotecas quanto as bibliotecas escolares ou universitárias, por exemplo. Bem, pessoalmente sou suspeita para falar deste Mestre, uma vez usei inúmeras falas dele em vários de meus projetos de Biblioteconomia Social e em especial nas bibliotecas prisionais. Tê-lo junto do Itamar, criador e criação, foi realmente emoção que palavras não descrevem.
Workshop |
Workshop |
Cleide Fernandes (SNBP/MG); Catia Lindemann (Presidente da CBBP);
Guilherme Relvas (DLLLB); Renata Costa (SNBP/RJ)
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Foi assim que as bibliotecas prisionais ganharam espaço neste que é o principal evento da área de Biblioteconomia. Pela primeira vez na história, em décadas de realização, tivemos os livros na rotina intramuros das prisões como pauta de discussão. Em suma, comprovamos que 2017 foi literalmente o ano de “renascimento” das Bibliotecas Prisionais. Digo renascer porque em verdade elas já completaram 33 anos, mas apenas agora se tornaram visíveis e foco de atenção, tanto da academia quanto da sociedade – neste caso de modo mais módico e discreto. Mas seguimos nossa luta pelas Bibliotecas Prisionais, agora mais fortalecidos, bradando que as mesmas não são assistencialismo, mas prerrogativa prevista em lei.
Carlos Wellington (CBBP/MA); Adriana Ferrari (Presidente da FEBAB); Catia Lindemann (CBBP/RS) |
13 de out. de 2017
Redução de Pena por Meio da Leitura e o Ensino Superior abrem nova perspectiva dentro do Sistema Prisional
Projeto de educação transforma vida de reeducandos em Alagoas FOTO: JORGE SANTOS/ASCOM |
Quando eu vim preso, perdi tudo. Eu pensava só em como iria recomeçar, não tinha em mente como faria isso. A maneira que eu achei foi por meio da educação, porque quando a gente começa a estudar, começa a focar em algo, as ideias vão fluindo, vão vindo projetos e tudo mais, e você vai tendo uma visão do que vai fazer quando sair", conta o reeducando Cícero Júnior, de 34 anos.
"Fui envolvido num assalto que aconteceu em 2009 e terminei parando aqui no sistema prisional por conhecer pessoas erradas. É como eu sempre digo, errar é humano, o errado é continuar no erro, nunca é tarde para recomeçar. Então hoje eu pretendo terminar minha faculdade, fazer meu mestrado e se Deus permitir chegar a meu doutorado".
Realidade de reeducandos de Alagoas está sendo transformada FOTO: JORGE SANTOS/ASCOM |
Secretário Marcos Sérgio fala sobre a parceria com instituições de ensino superior FOTO: ASCOM |
"Nossa meta é tentar chegar a 30 universitários até o final do ano, hoje temos 13 e mais 20 que concluíram o ensino médio, mas infelizmente não têm condições de pagar uma universidade. Por isso estamos indo agora buscar parcerias. Fomos contemplados pelo Senai, com cursos de iniciação profissionalizante e cursos técnicos. Estamos também fechando com o Senac. Se conseguirmos, teremos não só curso superior, mas também pós-graduação e cursos técnicos", diz o gestor.
"Como eu já era dessa área de administração, foquei nela para quando eu sair, se demorar ou não, quando eu tiver com o diploma eu já terei um espaço maior para trabalho. Se o espaço já é restrito para pessoas normais, para o egresso é ainda mais. Quando eu sair, quero continuar tomando conta da família, como vinha desde 2001, agora com diploma e uma vivência muito maior, pois quando você entra no sistema prisional você não sai a mesma pessoa".
"A gente está aumentando esse número trazendo a academia para o sistema prisional. As academias, como parte da sociedade, tinham também um pouco de preconceito, mas a gente está trazendo a Universidade Federal de Alagoas, a Unopar, o Cesmac, dentre outras. A gente tem essa participação tanto das academias privadas, quanto as públicas, trazendo essa diretiva. Assim como o trabalho, é uma conquista muito grande", comemora o secretário.
"Esse projeto realmente é bastante promissor, porque ele alcança o maior número de pessoas, uma vez que o livro vai até as pessoas. Durante o período de leitura, o reeducando fica com o livro na cela e aí a gente tem uma oficina que ensina a fazer a resenha ou o relatório, dentro do nível de escolaridade", explica. "
Presos lendo na Biblioteca (Fotos: Jorge Santos) |
25 de jul. de 2017
Carta a um Jovem Preso
A biblioteca prisional é a descoberta de um novo continente, onde literatura e liberdade coincidem.
Concordo: a literatura abre todas as celas, que são muitas e sutis, quando não invisíveis, dentro das quais vivemos, todos, sem exceção, mais ou menos conscientes da liberdade que precisamos conquistar. Não diminuo, apesar disso, um milímetro de sua dor e inquietação. A sua história acusa a ausência do Estado e o caminho áspero e solitário que o levou ao cárcere. Somos todos culpados, em certo grau, sem exceção, embora o artigo e a pena recaiam sobre o indivíduo. E aqui também nos solidarizamos um com o outro.Dostoievski continua vivo nas bibliotecas prisionais, requisitado desde o título, com uma visão aberta sobre as humanas vicissitudes.
O cárcere é um índice de barbárie, com a lógica de uma privação excessiva, avalizada por um Estado ausente, no qual milhares de apenados aguardam, sem advogado, numa interminável de um injusto purgatório, o julgamento a que têm direito, como se fossem almas penadas e não cidadãos. Quem vai responder por uma espera infinita? Sou a favor do fim do cárcere, não somente através dos números sem rosto, das estatísticas, mas pelas visitas que faço a nossos presídios. É preciso enfatizar as penas alternativas, recorrendo ao isolamento somente em caso extremo.
O caminho passa pela mudança do sistema prisional num polo de educação integrada, com escolas e bibliotecas, construindo lá dentro o que não se fez aqui fora. Ler os livros para ler o mundo. Não se pode subestimar o papel da leitura e de sua força libertadora, a mesma que levará você, estou certo, a cursar a faculdade de Direito.
30 de jun. de 2017
Leitura Livre: Projeto do Piauí possibilita a transformação de pessoas privadas de liberdade por meio da leitura
Com o objetivo de possibilitar a transformação de pessoas privadas de liberdade por meio da leitura, o projeto resulta de parceria entre a Secretaria de Justiça do Estado com a Secretaria de Educação, Tribunal de Justiça e a Corregedoria Geral de Justiça do Piauí, sendo atualmente desenvolvido em seis penitenciárias, com previsão de extensão a mais quatro presídios.
“O projeto abre um mundo de possibilidades para os reeducandos que estão aqui. Nós sabemos do poder transformador dos livros, da leitura e, com isso, são notáveis as mudanças e a expectativa de ressocialização desses homens.”
“O Leitura Livre é muito importante porque visa a busca de conhecimento.
Então é uma iniciativa de incentivo a nós, detentos, para que busquemos essa leitura. É uma iniciativa saudável, haja vista que quando você busca conhecimento, você termina esquecendo um pouco do que é vivenciado aqui dentro do sistema prisional.”
Fonte: Ascom Sejus
23 de jun. de 2017
Projeto prevê acesso de presos a curso superior dentro de penitenciária em Mato Grosso
O projeto piloto, chamado “Liberdade de Direito e de Fato”, foi idealizado pelo diretor-adjunto da PCE, Reges da Rocha, como forma de resgatar os reeducandos que cumprem pena em regime fechado por meio da educação. A medida é aponta como uma experiência inovadora e a expectativa é de que o projeto sirva de modelo para as demais unidades penitenciárias do país.
O curso será ofertado pela Universidade Aberta do Brasil, por meio de uma parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). No projeto piloto, apenas 100 reeducandos que já integram um projeto educacional e preenchem requisitos exigidos pela UFMT poderão participar do processo seletivo.
As aulas deverão acontecer em um espaço de 88 m², já construído dentro da PCE. O local deverá abrir três salas de aula, um espaço para tutoria e uma biblioteca.
Como o curso tem duração de quatro anos, os aprovados que conseguirem a liberdade antes da conclusão poderão terminar a faculdade fora da PCE, no polo presencial da UAB na capital. Com isso, outro vestibulando aprovado no processo seletivo, no cadastro reserva, pode passar a cursar o ensino superior.
Termo de cooperação
O projeto já possui a confirmação da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e apoio da UFMT e da Associação dos Servidores da Penitenciária Central (Aspec). Agora, o projeto aguarda a assinatura do termo de cooperação por parte da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
Após a assinatura do termo, deverá ser dado início ao processo de aquisição dos equipamentos e títulos necessários.
Campanha
A Comissão de Direito Carcerário da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) visitou as instalações onde o curso superior deverá ser ofertado, na PCE, e iniciou uma campanha para arrecadar livros para equipar a biblioteca da unidade prisional.
Reeducandos
Segundo o diretor da PCE, Roberval Ferreira Barros, a penitenciária é a unidade prisional com o maior número de alunos na Escola Estadual Nova Chance, que atende o sistema prisional em Mato Grosso. Dos 3,4 mil reeducandos cursando os ensinos fundamental e médio em todo o Estado, 450 cumprem pena na Penitenciária Central.
Ao todo, existem 18 turmas - da alfabetização ao ensino médio –, que ocupam 11 salas de aula dentro da PCE.
Fonte: Por G1 MT
14 de jun. de 2017
Xadrez que Liberta: Jogo de xadrez reduz penas de presos
Xadrez que Liberta
Competições: Apenados do Espírito Santo em disputa Internacional
Regras
Pará: Xadrez como remição de pena
Juiz titular da 4ª Vara Criminal de Belém, Flávio Leão elaborou a tese jurídica que embasa o projeto “Prática Desportiva do Jogo de Xadrez como Meio de Remição de Pena”. Fundamentada na Lei de Execução Penal (LEP) e em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a proposta enquadra, por analogia, o curso de xadrez no escopo das exigências previstas na LEP, que prevê a remição por meio do trabalho e da frequência em curso regular educacional.
Tese
“A gente pode aplicar também no presídio feminino. A gente que é enxadrista sabe que é um jogo que transforma a vida da gente, que estimula o respeito ao adversário, onde tu não agrides, a não ser no tabuleiro, com os ataques, mas tu tens que respeitar teu adversário; às vezes eu comparo o xadrez com um processo judicial, onde um advogado tem que prever qual vai ser a jogada do outro advogado, da outra parte, e aqui também tens que prever duas ou três jogadas adiante, o que exige estratégia e cálculo”.
Expectativas
Jônatas dos Santos Sousa, 25 anos, dois meses na Colônia Agrícola, já cumpriu um ano e meio de uma pena de oito anos, por tráfico, e avalia que o xadrez é mais um aprendizado para ajudá-lo até o ano que vem, quando ele aguarda a progressão para o regime aberto. “Voltar de novo pro mundão, né? Tô nessa expectativa aí, tenho meu filho pra cuidar.”
Luiz Gustavo Pinto do Nascimento, 27 anos, nove meses na colônia penal, aguarda ser transferido para o regime aberto em agosto, porque foi aprovado pelo Sisu para o curso de licenciatura plena em geografia do IFPA e irá para a Casa do Albergado, em Val-de-Cans, para frequentar as aulas em Belém. “Eu não jogava xadrez, eu sabia alguma coisa, mas nunca tive a oportunidade de jogar. A expectativa é a melhor possível, porque o xadrez expande a mente, você acaba tendo rapidez no raciocínio, ajuda na memória e também tem a remição, então é muito bom”, resume.
Daniel Marques, 33 anos, 40 dias na Colônia Penal, foi condenado por assalto e avalia mais essa oportunidade de remição como um meio de “ir embora mais cedo, não ficar muito tempo aqui. Eu tenho três remições: o xadrez, a da escola e eu trabalho aqui na acerola, faltam mais quatro meses e eu tou indo embora, já. Pretendo mudar minha vida, arrumar um trabalho, quando eu fui preso não tinha um emprego fixo, quando eu sair daqui, quero ter um emprego fixo, eu trabalho com música, sou DJ de boate, eu tava desempregado, por isso que eu me envolvi em assalto”, relata.
17 de mai. de 2017
Bibliotecas Prisionais - Boletim Informativo
3 de mai. de 2017
Livros que Libertam - Detento bate record no Programa Remição pela Leitura
31 de mar. de 2017
OAB de Natal, Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, em parceria com o Curso de Biblioteconomia da UFRN, inauguram Biblioteca Prisional
Conforme explicado por Coutinho, todos os apenados terão acesso às obras por meio de um catálogo. “O livro será levado até o local em que o preso está. A OAB quer trabalhar a ressocialização, porque é uma maneira de mostrar um novo horizonte a essa pessoa, que um dia voltará ao convívio com a sociedade”, disse Coutinho. O juiz corregedor auxiliar do TJRN, Fábio Ataíde, destacou a iniciativa como um dos passos para a restauração do sistema prisional do RN. “O dinheiro existe, as iniciativas que precisam chegar e elas dependem de projetos simples como esse”, frisou o magistrado.
Na opinião do Secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Wallber Virgolino, o projeto Releitura “demonstra a preocupação do Estado com a recuperação da dignidade do apenado” e deve “suavizar o sistema”. Wallber acrescenta que o objetivo da SEJUC é implantar o projeto em todo o sistema penitenciário do Estado. “Fico feliz que o sistema esteja sendo trabalhado com uma união de esforços”, disse ele.